O Epitógio de platina. 3. O tráfico de influências
O nosso país foi invadido, silenciosamente, talvez lentamente, mas seguramente, pelo tráfico de influências. Ou melhor, os antigos pequenos compadrios foram-se transformando em “lobbies”, em máfias, em “famílias” que fazem parecer os grandes mafiosos americanos e italianos simples meninos de coro. O fenómeno cresceu tanto que não poderia deixar de contaminar a Universidade. E essa contaminação é, a par da legislação deficiente e vaga, uma das grandes razões para o estado dos concursos de promoção dos professores universitários. A uma doutorada a leccionar numa privada fora de Lisboa há cerca de 4 anos com um contrato precário, foi cancelado o contrato porque havia um candidato a um lugar permanente que, embora menos competente e qualificado (na opinião do próprio director do Departamento), era sobrinho de um político influente e esse facto poderia ser uma mais valia importante para a Universidade! Um professor de uma prestigiada Escola de Lisboa confessou publicamente, ainda que num círculo restrito, que em alguns concursos votava, não de acordo com a seriação que a análise dos curriculos lhe ditava, mas de acordo com as indicações de outros colegas que em troca se comprometiam a, num futuro concurso, votar pelo candidato apadrinhado por si!Porque é que há um processo “apito dourado” e não há um processo “epitógio de platina”? Tenho algumas ideias sobre o assunto mas não me atrevo a passá-las a letra de forma... O seguro morreu de velho...
Etiquetas: texto Ana Maria Rego
3 Comentários:
O que é mencionado está patente, tanto nas Universidades Privadas como Públicas, assim como em quase todos os meios da sociedade portuguesa, função pública, muitas empresas privadas, no parlamento, etç... O mais grave é que tanto nas Universidades Públicas como Privadas, se despedem mestres, doutorados e pós-docs, tendo em vista a contenção de despesas e se substituem esses, por recém-licenciados, escolhidos a dedo pelos directores dos departamentos. É notória a colocação de pessoas fiéis ao sistema (Bilderberg, Maçonaria e afins) em quase todos os lugares de chefia e de relevo na sociedade portuguesa.
Em Portugal ainda se critica muito a ditadura do estado novo e a censura, de então. Actualemnte vivemos uma ditadura encapotada e chamada democracia, onde há formas de repressão e de censura ainda mais bárbaras e muito poucos o admitem.
Sugiro a leitura da seguinte bibliografia politicamente incorrecta:
Clube Bilderberg - Os Senhores do Mundo, Daniel Estulin, Temas e Debates, 2005. CENSURADO
Los Secretos del Club Bilderberg, Daniel Estulin, Bronce, 2006. CENSURADO
Los Señores de Las Sombras, Daniel Estulin, Bronce, 2007. CENSURADO
www.danielestulin.com
http://portugalesoterico.blogspot.com
Atenciosamente
Antes de falarem em teorias da conspiração, já repararam que a grande maioria de pessoas que ocupam posições de liderança em Portugal não faz a mínima ideia do que anda a fazer? Passam metade do tempo a disfarçar a sua ignorância e a outra metade aterrados que lhe descubram o "segredo". Muitos destes inseguros e inseguras simplesmente gostam de rodear-se de gente mais dócil, mais fraca, que não faça perguntas difíceis e que nunca os façam sair da sua "zona de conforto". Adoram falar em "Inovação", "Responsabilidade" e "Iniciativa", mas isso para eles quer dizer "desenrasca-te sozinho e não chateies". Veja-se por exemplo quantos professores desencorajam activamente os seus alunos a fazerem perguntas difíceis, encapotando a situação com algo do género "estamos a dispersarnos, perdemos a concentração no assunto em discussão", transmitindo subtilmente a mensagem que os alunos não estão ali para pensar, para terem espírito crítico, mas para ouvirem, reterem e reproduzir em exame a verborreia exposta.
Não é preciso ser cientista para perceber que quem não tem sentido crítico nunca chega a lado nenhum. É quando se começam a fazer perguntas que se evolui, mas normalmente quem faz isso é tido como inseguro ou simplesmente chato. Quantos de nós já estivemos em acções de formação a pensar do colega que está sempre a fazer perguntas pertinentes: "quando é que este chato se cala para esta porcaria acabar de vez e eu pirar-me daqui para fora?" Quem nunca ficou incomodado com o colega que nos pergunta "porque é que estamos a fazer isto assim?" quando o que estamos a fazer não tem sentido nenhum e nós nunca nos demos ao trabalho de levantar essa questão?
Há uma enorme falta de ambição misturada com uma ganância mesquinha. Não há nenhuma ética de poder: quer-se o poder pelo poder, não se faz nenhuma ideia de como ou para quê o usar. As pessoas portam-se como crianças mimadas, usam o poder de forma arbitrária ou apenas para destruir os que lhe fazem frente. Construir para eles e elas significa fazer pontes, edifícios, rotundas ou mudar de instalações.
O trágico é que Eça de Queirós já falava disto há 140 anos atrás. A única coisa que foi mudando é que há cada vez mais gente que se sente incomodada com isso.
Quando falei em pessoas que ocupam posições de liderança, estou a falar de todos: treinadores de futebol, chefes de repartições de finanças, supervisoras da indústria têxtil, patrões de PME's, chefes de departamentos, empresários, ...
Cada sociedade tem os líderes que foi capaz de criar: porque razão os nossos líderes haveriam de ser tão diferentes de nós?
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