terça-feira, junho 05, 2007

Perguntas de uma munícipe

Sou lisboeta e cidadã.

Antes de pedir o voto dos lisboetas, o candidato António Costa deveria explicar a todos os munícipes a razão pela qual a escolha política do PS para Lisboa recaiu nele e não na sua camarada Helena Roseta.
Em nome do rigor que apregoa, deve apresentar-nos as razões dessa escolha política antes de nos pedir os votos.

Será que a sua amizade privilegiada com o actual 1º Ministro é a condição sine qua non para a habitual troca de favores político-financeiros na gestão da causa pública?
Imagina que o preço desses favores político-financeiros, não transparentes, será também aceite por todos os munícipes, como o preço a pagar, para uma gestão sempre amigável e sempre ruinosa do PS na Câmara de Lisboa?

A pergunta é pertinente visto o Dr.António Costa incluir a frase “apoiante da candidatura presidencial de Manuel Alegre” à frente dos nomes que integram a sua lista à Câmara Municipal de Lisboa.
Na altura das presidenciais, nenhum cidadão ouviu o desacordo do actual candidato António Costa com a orientação política do seu partido, relativamente ao “independente” Manuel Alegre. Esta explicação é necessária em nome do rigor que apregoa.

E é também em nome desse mesmo rigor que o candidato do PS, António Costa, deve explicar aos munícipes da capital se o seu projecto de um pulmão verde na Portela de Sacavém é incondicional ou se é passível de ser preterido face a uma futura proposta imobiliária de construção faraónica e milionária, futuramente justificada como irrecusável, por permitir o saneamento financeiro da autarquia.

Em nome do rigor, deverá também explicar aos lisboetas porque razão o túnel do Metro na Praça do Comércio está parado há anos e quais as responsabilidades dos Governos PS nessa matéria (Ferro Rodrigues, Jorge Coelho, Sócrates e Mário Lino).

Em nome do rigor, deverá explicar a todos os lisboetas e a todos os trabalhadores da cintura de Lisboa porque razão o túnel ferroviário do Rossio está parado há dois anos. Se se trata de questões técnicas impossíveis de resolver pelos nossos engenheiros ou se, pelo contrário, se trata de viabilizar as actuais construções imobiliárias faraónicas, de dois condomínios fechados na Artilharia 1, um de cada lado da Av. Joaquim António de Aguiar.

Em nome do rigor, deve explicar aos lisboetas se pretende viabilizar o plano de construção na zona ribeirinha, entre Pedrouços e Algés, e quais as potenciais empresas “amigas do ambiente” envolvidas nesse projecto.