quarta-feira, março 19, 2014
Intervenção oral de 3 minutos, na 5° sessão da Assembleia Municipal de Lisboa sobre a Colina de Santana.
Chamo-me Teresa Sá e Melo e nunca pertenci nem pertenço a nenhum partido político.
Feita esta declaração de interesses vou referir-me às conclusões que se podem tirar das quatro sessões anteriores desta Assembleia Municipal.
A primeira conclusão é que se juntou a fome à vontade de comer.
Um pouco de história: O governo PS vendeu em 2005 os terrenos e os edifícios hospitalares da Colina de Santana a uma empresa imobiliária e a actual autarquia PS fará o loteamento desses terrenos, isto é, o que foi comprado por 10 será vendido por 10000.
Há aqui duas questões, uma por parte do governo para obter dinheiro vendendo o património do Estado e outra por parte da CML para urbanizar um novo espaço de 16 hectares no centro da cidade.
Mas para nós, cidadãos, a questão é global. Trata-se da nossa qualidade de vida e da política que tem vindo a ser delineada, desde 2005, para a saúde pública.
E é por isso que, para a CML, a questão da Colina de Santana não pode ser apenas uma questão de urbanismo.
Porque os cidadãos não conseguem entender como é que o novo hospital de Chelas/Marvila (com 600 camas) vai substituir todos os hospitais civis da Colina. Só o hospital de S. José tem 1400 camas.
O único equipamento previsto pelo actual Ministro da Saúde para a Colina é o novo Centro de Saúde do Martim Moniz.
O Dr.António Costa afirmou na reunião da FAUL a 26 de fevereiro passado que o hospital pediátrico D.Estefânia será independente, mas construído junto ao novo hospital de Marvila.
Se a CML conseguir juntar o espaço do actual hospital de D.Estefânia ao da Academia Militar ali ao lado, de repente, o Dr.António Costa encontrou um poço de petróleo no jardim!
O actual presidente da Câmara, Dr.António Costa, que merece toda a nossa consideração e por quem votei como eleitora em Lisboa, deve considerar como pessoa inteligente que é, que:
-As suas futuras decisões para o loteamento e a urbanização da Colina de Santana serão o golpe de misericórdia para o fecho definitivo dos hospitais civis de Lisboa,
- E que isso terá forçosamente consequências políticas, não só a nível local como a nível nacional.
Lisboa, 11 de março de 2014
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