segunda-feira, setembro 10, 2007

O Epitógio de platina. 3. O tráfico de influências

O nosso país foi invadido, silenciosamente, talvez lentamente, mas seguramente, pelo tráfico de influências. Ou melhor, os antigos pequenos compadrios foram-se transformando em “lobbies”, em máfias, em “famílias” que fazem parecer os grandes mafiosos americanos e italianos simples meninos de coro. O fenómeno cresceu tanto que não poderia deixar de contaminar a Universidade. E essa contaminação é, a par da legislação deficiente e vaga, uma das grandes razões para o estado dos concursos de promoção dos professores universitários. A uma doutorada a leccionar numa privada fora de Lisboa há cerca de 4 anos com um contrato precário, foi cancelado o contrato porque havia um candidato a um lugar permanente que, embora menos competente e qualificado (na opinião do próprio director do Departamento), era sobrinho de um político influente e esse facto poderia ser uma mais valia importante para a Universidade! Um professor de uma prestigiada Escola de Lisboa confessou publicamente, ainda que num círculo restrito, que em alguns concursos votava, não de acordo com a seriação que a análise dos curriculos lhe ditava, mas de acordo com as indicações de outros colegas que em troca se comprometiam a, num futuro concurso, votar pelo candidato apadrinhado por si!
Porque é que há um processo “apito dourado” e não há um processo “epitógio de platina”? Tenho algumas ideias sobre o assunto mas não me atrevo a passá-las a letra de forma... O seguro morreu de velho...

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